Sempre que alguém começa a fazer investimentos, é comum que a pessoa seja inundada de conselhos para tomar a decisão mais correta em termos de estratégia. Alguns não passam de puro achismo ou opinião de quem não entende muito sobre investimentos.

A principal dúvida é: onde colocar seu dinheiro? Como diversificar seus investimentos do jeito certo? Apesar de não ser uma tarefa simples, seguindo algumas recomendações o processo fica mais fácil.

Neste texto, você verá algumas dicas para começar a dominar a estratégia de diversificação de investimentos. Continue a leitura e aproveite!

O que é diversificação nos investimentos 

A diversificação nos investimentos consiste em distribuir seu dinheiro em diferentes ativos, tendo como objetivo diluir os riscos e maximizar os ganhos. Desta forma, um desempenho negativo em alguma aplicação não tem tanto peso, uma vez que os outros positivos compensam essa perda.

A frase que melhor sintetiza essa estratégia é o velho ditado “não ponha todos os ovos em uma única cesta”. Em outras palavras, se a cesta cair, todos os seus ovos vão quebrar. Trazendo para o mundo dos investimentos, quando você coloca todo o seu dinheiro em apenas um ativo financeiro, você fica completamente exposto ao risco deste ativo.

A estratégia de diversificação, portanto, é exatamente o oposto dessa lógica. Para o investidor atento, essa é a alternativa para lidar com a imprevisibilidade atrelada ao mercado financeiro. Nela, você distribuirá seu dinheiro em vários bons ativos, todos com potencial de ganhos futuros, de diversas classes e expostos a diferentes mercados, geográficos e moedas.

Por que diversificar investimentos?

O termo diversificação de investimentos se tornou popular na década de 1950, com os estudos feitos pelo vencedor do Prêmio Nobel de Economia Harry Markowitz. Ele é o criador da Teoria Moderna do Portfólio, cuja ideia básica é a formação de um portfólio de ativos que maximize a possibilidade de retorno para um dado nível de risco. 

Ainda de acordo com a teoria, os ativos financeiros não seguem uma tendência única. Assim, seus investimentos irão se comportar de maneiras distintas, uns subindo e outros caindo, em tempos e níveis de intensidade diferentes.

Para se ter uma ideia da influência da teoria, investidores como Warren Buffet criaram suas carteiras de investimentos a partir da estratégia da diversificação. Seguindo princípios de cálculos matemáticos, a teoria demonstra que cada investimento apresenta uma relação de determinado risco x retorno esperado. 

Contudo, ao adicionarmos vários investimentos em uma carteira, o risco x retorno dessa relação pode se apresentar mais eficiente do que um investimento isolado. Portanto, uma carteira ou portfólio com investimentos variados sofre menos com a instabilidade do mercado. E a instabilidade momentânea de um ativo é compensada pelos demais.

A lógica por trás da diversificação

Para compreender a lógica por trás de tal estratégia, pensemos na Bolsa de Valores. Se em 2007 você tivesse feito todo o seu investimento em apenas um papel, o da Petrobras, a perda seria o equivalente a 2,2% ao mês até janeiro de 2016 - efeito dos escândalos de corrupção da estatal que derrubaram seu papel.

Porém, após chegar a valores baixíssimos, as ações preferenciais se recuperaram e fecharam o ano de 2017 com alta de 121,94% em 12 meses. Eis que entra a lógica da diversificação: você não deve destinar todas suas reservas para um único papel ou título.

Um investidor desatento pode até se perguntar: “mas a redução de riscos não reduzirá meu potencial de ganho?”. Não. O que reduzirá será a oscilação. Neste caso, é importante explicitar que a estratégia de diversificação não compreende apenas a diluição de riscos. Ela também permite a garantia de maiores rentabilidades, de acordo com as possibilidades de ganhos a curto e longo prazo.

Como diversificar seus investimentos

Identificando seu perfil

O primeiro passo para elaborar sua estratégia de diversificação de investimentos é definir que tipo de investidor você é. Normalmente o mercado utiliza uma divisão de perfis entre conservador, moderado ou agressivo, considerando principalmente o quanto de volatilidade você está disposto a ver na sua carteira. A volatilidade é a variação que sua carteira sofre ao longo do tempo, tanto para cima quanto para baixo.

Conhecendo seu perfil, fica mais fácil identificar os investimentos que fazem mais sentido para você de acordo com os objetivos traçados. Por exemplo, se você for um investidor conservador, não aceitará que a maior parte do seu dinheiro esteja no mercado de ações, que geralmente apresentam uma volatilidade maior. Por outro lado, se o seu objetivo for buscar sempre maximizar seus ganhos, mesmo que isso signifique a possibilidade de ver sua rentabilidade variar (perfil agressivo), provavelmente não irá se interessar muito por certos títulos de renda fixa.

Assim, conhecendo seu perfil, você fará melhores escolhas. Há muitas possibilidades de se montar uma carteira de investimentos com ativos de renda fixa, renda variável e alternativos em diferentes proporções,cabe adequá-las ao seu perfil.

Definindo suas Metas Financeiras

Sabendo o seu perfil de investidor, é importante também que se defina os prazos do seu investimento. Uma carteira diversificada é aquela que atende os seus diferentes objetivos em diversos momentos da vida. 

Os prazos, portanto, devem se encaixar com suas metas. Metas financeiras de curto prazo são aquelas que podem ser realizadas em um período mais curto de tempo. É o caso da construção da reserva de emergência, aquele dinheiro para pagar despesas inesperadas, ou da quitação de dívidas, principalmente aquelas que contam com juros mais altos: são as necessidades mais urgentes e imediatas. 

Metas financeiras de médio prazo são para objetivos maiores e requerem um investimento considerável para serem realizados. Pense em bens ou serviços que deseja conquistar em pelo menos 12 meses, por exemplo.

Metas financeiras de longo prazo exigem um planejamento maior para realização de objetivos maiores, como a compra de um carro ou imóvel. Aqui, a necessidade de organização financeira é fundamental: o controle de receitas e despesas não pode comprometer determinados gastos. 

Finalmente, revise com frequência suas metas financeiras. Algumas podem ser cumpridas e outras adaptadas. Essa revisão é fundamental para que você mantenha uma relação honesta e saudável com suas metas, priorizando o que for necessário ou se esforçando para o cumprimento delas.

Escolhendo os tipos de ativos

Escolher como diversificar uma carteira vai muito além de dividir os investimentos entre as classes de renda fixa, renda variável e alternativos. Além de definir essa proporção, também é importante escolher quais serão os tipos de ativos dentro de cada classe.

Falando de renda fixa, existem os títulos públicos, como os do Tesouro Direto, com a garantia do próprio governo, os títulos bancários como LCIs, LCAs e CDBs, que são garantidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até um certo limite, e também há alguns títulos privados mais arriscados, como debêntures, CRIs e CRAs, cuja garantia é geralmente a própria empresa emissora.

Já em renda variável, as ações são o tipo de ativo mais conhecido. Mas há também ETFs (fundos de índices) e BDRs (ações internacionais negociadas no Brasil).

Também se costuma classificar todos os tipos que não se enquadram na definição clássica da renda fixa ou variável na classe dos alternativos. Essa classe é composta pelos FIIs (fundos imobiliários), commodities, criptomoedas, contratos futuros, derivativos e muitos outros.

O que isso significa? De que é importante alocar o dinheiro não só em diferentes classes, como renda fixa, variável e alternativos, como também em diferentes tipos de ativos na hora de diversificar sua carteira ou portfólio de investimentos.

Dentro de renda fixa, por exemplo, uma parte pode estar no Tesouro SELIC (reserva de emergência), mas outra parte pode estar dividida em uma debênture, um LCI e um CRA. Em renda variável, você pode comprar ações de diferentes empresas na Bolsa de Valores e um ETF que acompanha um índice do mercado americano. Já em alternativos, você pode ter alguns FIIs e ouro. 

A diversificação de investimento, mais uma vez, depende do seu perfil de investidor e de quais são seus objetivos e metas para o futuro. Fazer essa análise, um balanço de prós e contras, é a melhor maneira de definir uma estratégia para diversificar seus investimentos de forma completa e ganhar mais dinheiro.

Derivativos: uma forma de proteção a um custo justificável

Os derivativos são instrumentos do mercado financeiro que permitem tanto ao investidor assumir uma posição de especular, quanto se proteger em face a um determinado risco. As possibilidades de investimento em derivativos são inúmeras, podendo ser financeiro, como taxa de juros e ações, ou físico, como ouro, soja, barril de petróleo.

Eles são instrumentos bastante versáteis, porém, eles são utilizados com maior frequência com três objetivos principais: proteção financeira; seguro contra riscos; especulação.

Proteção financeira

Os derivativos são frequentemente utilizados para minimizar riscos e diminuir a exposição de investimentos perante as incertezas do mercado. A essa proteção se dá o nome de hedge.

Por exemplo, caso uma empresa tenha que realizar uma operação de pagamento futuro em dólares, ela pode recorrer a uma operação de swap. Desta forma, a empresa garante o pagamento do valor acordado, anulando o risco de uma alta do dólar.

Quem faz uma operação de hedge opta pela garantia de fixar um valor a ser recebido, ao mesmo tempo em que possibilita eventuais ganhos que possa ter com a flutuação do mercado.

Seguro contra riscos

O exemplo de hedge também pode ser aplicado a operações que envolvam um seguro contra riscos de perda. Tomemos o exemplo de uma negociação envolvendo um produtor de café e uma empresa. Esta se compromete a comprar uma opção de café a um valor específico, antes do momento da venda da safra. Qual a razão disso?

Simples. A empresa acredita que o café valorizará, assim ela busca obter um ganho financeiro ou seguro para tal situação. Uma atitude inteligente garantindo o preço de compra, além de seguir o negócio com mais previsibilidade.

Ativo para especulação

Sigamos com o exemplo da compra de café. Na hipótese de quem busca o ganho puramente financeiro, é muito provável que o investidor que esteja comprando a safra, aposte na valorização do preço do café.

O contrato, portanto, é firmado com a expectativa de obtenção de um ganho financeiro futuro. Neste ponto, é interessante observar uma característica dos derivativos: eles são simétricos. O ganho de uma parte, no caso, o investidor, é igual ao prejuízo da outra, o produtor.

Conclusão

Depois de saber de tudo isso, você deve estar se perguntando: mas é muito complexo, deve dar muito trabalho! Sim, é trabalhoso e exige muito conhecimento.

Porém, se você deseja melhorar sua rentabilidade ou apenas reduzir a volatilidade da sua carteira, diversificar é praticamente uma obrigatoriedade.

Por isso, as gestoras de investimentos são a melhor opção. Avaliando o seu perfil e objetivos, elas podem montar um plano individual de investimento com soluções inteligentes para você e sua família.

Além disso, oferecem opções que vão desde a construção de uma reserva de emergência, fazer uma aplicação de médio prazo ou se preparar para a aposentadoria. E isso tudo pode ser feito com títulos do Tesouro, fundos de investimento, títulos de renda fixa e também ações na Bolsa. Está esperando o quê para começar?